Nelmara Arbex entrevista Felipe Salgado sobre a COP28 e como os anúncios firmados impactam o Brasil

Entre 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi palco da 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP28. No intuito de acompanhar de perto e em primeira mão os debates que antecederam importantes anúncios, a KPMG levou uma delegação global de experts, entre eles, o sócio-diretor de Descarbonização da KPMG no Brasil e na América do Sul, Felipe Salgado.

O executivo compartilha como foi a sua experiência na Conferência e detalha quais foram as mudanças mais relevantes e como estas devem impactar o mercado brasileiro. Salgado explica, por exemplo, os avanços alcançados em relação à transição energética, a importância do Fundo de Perdas e Danos, o compromisso de diferentes países em aumentar a capacidade instalada de energias renováveis e muitos outros insights.

Todos os detalhes podem ser conferidos na entrevista conduzida por Nelmara Arbex.

 

Especial COP 28

KPMG Resource Center
A COP28, que aconteceu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, reuniu líderes mundiais, políticos, especialistas e ativistas ambientais para elaborar estratégias de enfrentamento das mudanças climáticas. A KPMG esteve no centro da ação, com uma delegação de especialistas que atuam em diferentes países, acompanhando de perto insights e tendências. Além disso, a Organização elaborou a página COP28 Resource Center, que traz conteúdos para quem precisa entender melhor os riscos relacionados à natureza e ao clima e conhecer tecnologias sustentáveis ​​de ponta.



Metodologia de verificação para o mercado de carbono
Na área brasileira da COP28, o sócio-diretor de Descarbonização da KPMG no Brasil, Felipe Salgado, apresentou uma metodologia para verificação de serviços ambientais, que também mede a quantidade de carbono estocado em uma propriedade com cobertura florestal (ou similar). Com o processo, é possível aumentar a confiabilidade dos dados sobre esses ativos, tanto do ponto de vista ambiental (cálculo mais preciso do teor de carbono), quanto social (com verificação de questões trabalhistas e outros riscos) e de governança, por meio da inclusão da verificação da análise de regularidade fundiária.



Fundo de Perdas e Danos
A criação efetiva do Fundo de Perdas e Danos foi um grande anúncio durante a COP28, principalmente para os países em desenvolvimento – mais afetados pelos impactos das mudanças climáticas. Diferentes nações fizeram doações voluntárias, tais como Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Japão e Reino Unido, totalizando cerca de US$ 420 milhões. O valor ficará hospedado no Banco Mundial e será administrado por um conselho formado por 26 membros, sendo 12 de países desenvolvidos e 14 de países pobres ou emergentes. Saiba mais!



Mais investimentos na América Latina e no Caribe
O Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (Grupo BID) anunciou que planeja triplicar o financiamento direto e mobilizado para o clima na América Latina e no Caribe: serão cerca de US$ 150 bilhões ao longo da próxima década, com o apoio de seus países membros, incluindo a recapitalização prevista de seu braço do setor privado, o BID Invest. Entenda!



Reino Unido e Noruega ampliam doação ao Fundo Amazônia
O Reino Unido e a Noruega anunciaram um aumento de R$ 450 milhões em suas contribuições para o Fundo Amazônia, visando a preservação da floresta. A Noruega planeja doar mais US$ 50 milhões (cerca de R$ 245 milhões), e o Reino Unido destinará 35 milhões de libras (R$ 215 milhões). De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), considerando os recursos já ingressados, o Fundo conta com aproximadamente R$ 4 bilhões disponíveis para apoiar novos projetos, incluindo aqueles já em análise.



Programa brasileiro de recuperação de pastagens é destaque
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) encerrou sua participação na Conferência destacando os benefícios do programa de recuperação de pastagens degradadas. A iniciativa pretende aumentar a produtividade do setor agropecuário, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade de vida dos produtores rurais com a recuperação de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030.



Apoio ao Compromisso Global de Resfriamento
O relatório “Mantendo a cabeça fria: Como atender à demanda de resfriamento e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões”, da Coalizão Global para o setor de Refrigeração, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), foi divulgado em apoio ao Compromisso Global de Resfriamento. O documento aponta que algumas metas podem reduzir as emissões do setor de refrigeração em pelo menos 60% até 2050. Entenda!



A COP30 será no Brasil!
Em sessão plenária, foi aprovada, por unanimidade, a escolha do Brasil como sede da COP30, em novembro de 2025. A Conferência será realizada em Belém (PA) e marcará os 10 anos do Acordo de Paris, a principal convenção climática da ONU, assinada durante a COP21, na capital francesa. Em maio de 2023, o Brasil já havia recebido o apoio de praticamente todos os países sul-americanos e caribenhos, sendo esta uma exigência da ONU para a escolha do país sede dos encontros do clima.

ESG na prática

No Brasil

Sucesso na estreia
Em operação recém-lançada, o Brasil captou US$ 2 bilhões na primeira emissão de sustainable bond soberano do País. Para enquadrar a emissão como sustentável, o governo se comprometeu a destinar valor equivalente ao captado a projetos verdes e/ou sociais contemplados no relatório de alocação da operação, publicado em outubro de 2023. Durante o prazo de vigência da dívida, o governo terá que publicar relatórios anuais para comprovar os atributos sustentáveis: um de alocação e outro de impacto. Sobre a receptividade, a operação inaugural despertou atenção de investidores estrangeiros, por apresentar um robusto arcabouço de sustainable bonds.


Recuperação de pastagens degradadas
Com potencial de regenerar até 40 milhões de hectares num prazo entre 10 e 15 anos, o governo brasileiro anunciou plano de recuperação de pastagens degradadas. O plano contará com linhas especiais de financiamento que concentram ofertas de empréstimo para pequenos e médios produtores, bem como para produtores de maior porte, como exportadores de commodities agrícolas. Outra parte do recurso será destinado aos compromissos socioambientais, incluindo melhoria na qualidade do solo e práticas trabalhistas.


Mais sustentabilidade nas cidades brasileiras
Em recente evento, uma empresa multinacional apresentou uma série de iniciativas destinadas a auxiliar autoridades, organizações e cidadãos na luta contra as mudanças climáticas. As ações utilizarão tecnologias, especialmente a inteligência artificial (IA), para ajudar no alcance de metas de sustentabilidade, tais como identificação de áreas e oportunidades para redução de gases de efeito estufa, alertas climáticos e previsão de inundação e otimização de trânsito.


Reduzindo as emissões dos gases de efeito estufa
De acordo com dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), do Observatório do Clima, o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa em 2022. Embora o resultado seja 8% menor em comparação a 2021, a taxa é a terceira maior desde 2005 (2019 e 2021 registraram recordes). Segundo o Observatório, a principal causa do aumento nas emissões foi o crescimento do rebanho bovino. Entenda!


No Mundo

Apelo para fim dos combustíveis fósseis
Empresas globais fizeram um apelo aos governos para que eliminem gradualmente o uso de combustíveis fósseis, como uma forma de atingir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC, estabelecida no Acordo de Paris. A coalizão de 131 empresas, batizada de “We Mean Business”, disse estar “sentindo o impacto e o custo do aumento dos fenômenos meteorológicos extremos derivados das mudanças climáticas”. Em nota, a coalizão afirmou que “as instituições financeiras, os produtores de combustíveis fósseis e os governos têm papel-chave”. As organizações também pediram que os países “estabeleçam metas e um calendário para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.”


Realizado primeiro voo com combustível 100% sustentável
Uma fabricante norte-americana realizou o primeiro voo transatlântico do mundo utilizando combustível de aviação 100% sustentável. Segundo a empresa, o voo, que teve duração de mais de seis horas, partiu da Geórgia, nos Estados Unidos, e pousou em Farnborough, na Inglaterra. A organização afirma que o “combustível utilizado no voo era composto 100% de ésteres e ácidos graxos hidroprocessados, o que representa 70% menos emissões de gás carbônico (CO2) no ciclo de vida do que o combustível de aviação de base fóssil”.


França exclui empresas de combustíveis fósseis de fundos de investimento responsável
O Ministério da Economia da França anunciou diversas atualizações do rótulo de Investimento Socialmente Responsável (SRI), com o objetivo de tornar o documento mais exigente e orientado para o clima. Com a adoção das novas regras, os fundos rotulados como SRI irão excluir empresas que exploram carvão ou hidrocarbonetos não convencionais, bem como organizações que lançam projetos de exploração, produção ou refinação de petróleo e gás, exigindo que as empresas excluídas tenham um plano de transição alinhado ao Acordo de Paris. O padrão de rotulagem SRI entrará em vigor em março de 2024.

KPMG - Impactando a agenda ESG

Para nossa rede

KPMG é reconhecida pelo Programa Selo Igualdade Racial
A Organização foi uma das empresas reconhecidas no Programa Selo Igualdade Racial 2023, organizado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura do Município de São Paulo. Segundo a Secretaria, o Selo “reconhece empresas cujo quadro de profissionais contratados contemple, pelo menos, 20% de pessoas negras, distribuídas em diversas hierarquias e funções”. Confira os detalhes!


Índice de maturidade de asseguração em ESG
Com o intuito de auxiliar as empresas a se prepararem para a asseguração de questões ESG, a KPMG lançou o “Índice de Maturidade de Asseguração em ESG 2023”. O relatório chega em um momento no qual empresas em todo o mundo se preparam para novos requisitos regulamentares. Preparar-se para a asseguração em ESG não é apenas uma questão de compliance, mas abrange uma gama de benefícios que incluem a conquista de confiança de investidores e demais stakeholders e o combate à prática de greenwashing.


Programa Impulse
Igualdade, educação, oportunidade. Estas são algumas palavras que definem um importante projeto: o Programa Impulse. Realizado pela KPMG em colaboração com a Hult EF Corporate Education, o Impulse viabiliza e acelera o ingresso de estudantes negros e pardos no mercado de trabalho. Para isso, a iniciativa oferece cursos de inglês e uma verdadeira jornada de conhecimento. O Programa é uma ação do Ebony, Pilar de Cor, Raça e Etnia do Comitê de Inclusão, Diversidade e Equidade (CIDE) da KPMG.


Nossas operações

KPMG Global é reconhecida como líder em serviços ambientais
A KPMG Global foi nomeada líder de mercado pela ALM Intelligence em sua última pesquisa Pacesetter intitulada “ESG: Ambiental, 2023-2024”. Isso significa que as firmas-membro da KPMG alcançaram a pontuação geral mais alta entre todos os fornecedores avaliados. O relatório destaca que “a Organização desenvolveu uma estrutura ESG que oferece uma abordagem multidisciplinar para impulsionar a inovação sustentável nos negócios de um cliente”. O documento aponta que os consultores da KPMG têm expertise em transformação, medição e relatórios, diferenciais que ajudam as empresas a incorporarem estratégias ESG em suas operações.


KPMG Global lança ESG Academy
A KPMG lançou a “KPMG ESG Academy” em colaboração com a Microsoft e algumas das principais universidades e instituições do mundo. O curso dispõe de conteúdos desenvolvidos por especialistas ESG reconhecidos globalmente pelas principais universidades e instituições, em colaboração com profissionais da KPMG em sustentabilidade.

Tendências

Nova colaboração alinhará relatórios com padrões europeus de sustentabilidade
O fornecedor de pesquisa climática e plataforma de divulgação ambiental CDP e o Grupo Consultivo de Relatórios Financeiros Europeus (EFRAG) anunciaram um acordo que permitirá ao CDP maximizar o alinhamento do seu sistema de divulgação com as Normas Europeias de Relatórios de Sustentabilidade (ESRS), recentemente adotadas pela UE. A colaboração, que alinhará seu questionário de relatórios de sustentabilidade com o novo padrão de divulgação climática do International Sustainability Standard Board da Fundação IFRS a partir de 2024, visa ajudar as empresas a se prepararem para os novos requisitos de reporte, reduzir o greenwashing, redirecionar capitais e apoiar a preparação do mercado para o novo sistema de reporte ambiental.


Austrália desenvolverá taxonomia financeira sustentável
O Departamento do Tesouro do Governo da Austrália anunciou o lançamento da proposta de Estratégia de Finanças Sustentáveis, destinada a apoiar a mobilização de capital privado necessário para financiar a transição para uma economia net zero. Entre as propostas da nova estratégia, está o desenvolvimento de uma taxonomia financeira sustentável, a introdução de um sistema de rotulagem para produtos de investimento sustentáveis e o desenvolvimento de requisitos de divulgação de planos de transição corporativos para grandes empresas e instituições financeiras com requisitos de reporte aplicáveis ​​já em 2024.

Conhecimento em pauta

ESG Journey | Relatórios e Dados

Participe do treinamento executivo e aprenda com especialistas que têm amplo know-how sobre os pilares ESG e as novas regulamentações dos Relatórios Corporativos. Início em 22 de fevereiro de 2024.

Participe!

Esperamos que a leitura tenha sido inspiradora.

Entre em contato com a nossa equipe pelo e-mailesg-faleconosco@kpmg.com.br.

Nelmara Arbex

Sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil e na América do Sul

Sebastian Soares

Sócio-líder de Serviços de Asseguração da KPMG no Brasil e na América do Sul

Luis Wolf Trzcina

Sócio-líder de ESG & Tax da KPMG no Brasil

Eliete Martins

Sócia-líder de Governança Corporativa da KPMG no Brasil

Marcio Barreto

Sócio de ESG e Risk Advisory da KPMG no Brasil

Maria Eugenia Buosi

Sócia de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil

Felipe Salgado

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Kin Honda

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

André Winter

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Bruno Youssif

Sócio-diretor de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil

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