A KPMG e o Instituto de Energia da PUC-Rio (IEPUC) firmaram uma aliança focada, sobretudo, no avanço da transição energética. O convênio permitirá a criação do Núcleo de Estudos KPMG/IEPUC de Transição Energética, cujo intuito será ampliar o conhecimento acerca da transição dos sistemas e mercados energéticos para um contexto de baixo carbono.

Confira a entrevista com o sócio-líder de ENR e Oil & Gas da KPMG no Brasil, Anderson Dutra

A transição energética é parte fundamental da agenda climática global, e o Brasil – País em que 83% da capacidade da matriz energética é baseada em fontes renováveis – tem potencial para ser uma das lideranças nesse tema. A seu ver, quais são os desafios para garantir o sucesso da transição energética e para alcançar as metas estabelecidas nos próximos anos?

Sim, certamente há desafios. Mas antes de comentar sobre isso, é importante salientar que, quando o Brasil assinou o Acordo de Paris, foi levado em consideração diversos aspectos, sendo que nenhum ponderou o aumento da matriz energética com fontes renováveis.

O Brasil tem um primeiro elemento que ressalta o aumento da eficiência operacional, o que tem total correlação com a capacitação de pessoas, para que elas se tornem mais “tecnológicas”, com um modelo mental mais digital e, assim, terem novas ideias e serem mais inovadoras e, consequentemente, mais eficientes.  

Há também outros aspectos, por exemplo, sobre manter a matriz energética com a representatividade que tem hoje – que é substancialmente renovável (matriz energética cerca de 50% renovável e matriz elétrica cerca de 82% renovável) –, aumentar o uso do biocombustível e da matriz com base em etanol, reduzir a vulnerabilidade da população, incentivar o fomento à pesquisa com novas fontes etc. Mas o foco do Brasil não é efetivamente acelerar a construção de fontes renováveis, e sim, nesse primeiro momento, aumentar sua competitividade a partir de maior eficiência na operação e aporte de tecnologia.

Nesse contexto, nós, da KPMG, acreditamos que a capacitação profissional faz toda a diferença nessa jornada de transição energética. O convênio com o Instituto de Energia da PUC-Rio (IEPUC) vem muito nessa linha de conhecimento e capacitação, no intuito de agregar ainda mais performance aos profissionais com o ajuda da academia, além de dar aos nossos profissionais mais elementos para o exercício do julgamento técnico em projetos. Inclusive, a IEPUC tem contribuído fortemente com o avanço do setor de Energia, ajudando a resolver problemas complexos. 

Há a expectativa de fomentar o desenvolvimento de tecnologias a partir desse novo Núcleo de Pesquisas?

Sem dúvida nenhuma. Ainda estamos no início do acordo, mas à medida que novos projetos surgirem, novas tecnologias – em seu sentido amplo – também surgirão. A IEPUC será fundamental nesse processo. Cabe lembrar que o Instituto tem um laboratório, o TecGraph, que já realiza uma série de experimentos e, agora, a KPMG poderá contribuir com toda a sua expertise e, portanto, certamente insights relevantes irão surgir. Tanto a IEPUC como a KPMG também visam criar uma disciplina (seja para graduação ou pós-graduação).

Uma discussão muito importante que está em pauta é o conceito da equação e qualização das fontes, que objetiva alcançar a real dimensão da emissão de gases do efeito estufa, desde a origem da matéria-prima até o consumo final. Por exemplo, um carro elétrico, quando são analisados os materiais utilizados no desenvolvimento de um carro elétrico, principalmente nas baterias e nos condutores, há minérios que exigem muito consumo de energia. Então, talvez, um híbrido flex, com consumo de etanol, ocorra menos emissão do que um carro 100% elétrico.

Muito em breve, teremos uma análise abrangente acerca desse tema. Acompanhem! 

 

Anderson Dutra

Professor da Fundação Dom Cabral (FDC) e graduado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Anderson Dutra tem realizado importantes projetos relacionados à indústria de óleo e gás em empresas brasileiras, europeias e americanas. Atualmente, Dutra é sócio-líder de ENR e Oil & Gas da KPMG no Brasil. 

 

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