Os investimentos globais de capital de risco (venture capital) desaceleraram no primeiro trimestre de 2022, mas o mercado continua forte. O volume de transações em todo o mundo atingiu US$ 144,8 bilhões, gerando um resultado robusto, de acordo com o relatório Venture Pulse Q1 2022, produzido pela KPMG.
A publicação, que tem periodicidade trimestral, analisa os principais negócios e tendências de capital de risco globalmente nos principais países do mundo.
A guerra da Ucrânia, a inflação, as taxas de juros crescentes, a turbulência nos mercados de capitais globais, os desafios contínuos da cadeia de suprimentos e casos de covid-19 em vários países contribuíram para a desaceleração das negociações.
Esses fatores geopolíticos e econômicos combinados criaram um cenário instável para as transações. Além disso, os investidores de capital de risco estiveram mais cautelosos e se concentraram mais nas due diligences.
Em relação aos setores de destaque, as empresas que receberam os maiores investimentos foram as healthtechs, fintechs, de cibersegurança, de energia alternativa e de serviços B2B.Os investidores demostraram ainda interesse em tecnologias focadas em defesa e nas agtechs.
Nas Américas e no Brasil, mercados promissores atraem recursos
No continente americano (englobando América do Norte, Central e do Sul) foram garantidos US$ 77,6 bilhões em financiamento de capital de risco no período, incluindo US$ 70,7 bilhões apenas nos EUA.
Após dois trimestres com resultados recordes em 2021, o investimento em capital de risco no Brasil caiu para US$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre de 2022. Apesar da queda, o período ainda representou o terceiro maior nível de investimento em capital de risco que o País já registrou.
Graças a financiamentos atípicos, o Brasil terminou o ano passado com um total de 22 empresas levantando pelo menos US$ 100 milhões ou mais. Diversos setores participaram das transações, sinalizando inovações crescentes no ecossistema socioeconômico brasileiro.
Cautela manterá ritmo estável nas transações futuras
No segundo trimestre de 2022, espera-se que o investimento de capital de risco permaneça relativamente estável globalmente, dada a quantidade de financiamento disponível no mercado.
Contudo, é previsto que os investidores se tornem ainda mais cautelosos na tomada de decisões para aplicação de seus recursos. As empresas em estágio inicial provavelmente sofrerão o maior impacto, já que os financiamentos devem se concentrar em negócios já amadurecidos para reduzir os riscos.
Os IPOs devem permanecer moderados nos próximos três meses, devido à incerteza geopolítica e a volatilidade contínua nos mercados de capitais.
Apesar da instabilidade do mercado global de capital de risco, espera-se que os investimentos permaneçam estáveis, graças a uma quantidade significativa de dry powder (recursos disponíveis dos fundos para compra de empresas).
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