Global CEO Outlook da KPMG – perspectivas para os próximos anos

Global CEO Outlook – perspectivas para os próximos anos

CEOs portugueses confiam no crescimento económico e prevêem aumentos ligeiros nos resultados das empresas.

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  • Territorialismo, alterações climáticas e cibersegurança são as maiores ameaças ao crescimento, na opinião dos gestores portugueses.
  • 36% dos CEOs portugueses considera que a sua empresa não está a responder às expectativas dos clientes.
  • Líderes portugueses acreditam que Inteligência Artificial criará mais empregos do que aqueles que destruirá.

Os gestores portugueses mostram-se confiantes relativamente à evolução da economia mundial e nacional. No entanto, a maioria dos CEOs nacionais é cauteloso nas previsões de crescimento das receitas dos seus negócios, apontando para aumentos abaixo dos 2% nos próximos anos.

Estas são algumas das conclusões da edição portuguesa do Global CEO Outlook da KPMG, um estudo que compara as perspectivas e expectativas dos gestores portugueses com os resultados do survey global, que envolveu cerca de 1.300 gestores de algumas das principais economias mundiais. 

Neste trabalho, a perspectiva nacional é ainda aprofundada através da participação de quatro gestores de referência – António Rios Amorim, CEO da Corticeira Amorim; João Manso Neto, CEO da EDP Renováveis; Miguel Maya, CEO do Millennium bcp; e Paulo Macedo, CEO da Caixa Geral de Depósitos – que partilharam os seus pontos de vista sobre os principais desafios para as empresas e os gestores. 

Os CEOs portugueses (92% dos inquiridos) estão mais optimistas em relação ao crescimento da economia global do que os seus congéneres mundiais (78%). No entanto, este nível de optimismo é menor face às perspectivas de crescimento do país, relativamente às quais o nível de confiança é menor, ainda que claramente positivo (60%).

Mas a confiança dos CEOs no ambiente macroeconómico não se traduz em metas de crescimento ambiciosas para as suas empresas. A maioria dos líderes globais (55%) espera um crescimento conservador (menos de 2%), uma percentagem que em Portugal ascende aos 64%. O optimismo dos CEOs é atenuado por incertezas face a ameaças como o terrorismo, alterações climáticas e ambientais, riscos da cibersegurança ou o risco da tecnologia emergente/disruptiva.

No prefácio do estudo, Sikander Sattar, Presidente do Conselho de Administração da KPMG Portugal, refere: "Numa era em que a disrupção introduzida, por exemplo, pelos avanços na área da robotização e da análise de dados, nos aproxima de capacidades que não antecipávamos há alguns anos, serão cada vez mais as características individuais dos gestores – as suas experiências e a sua visão – a marcar a diferença."

Conquistar as novas gerações para manter os negócios em crescimento

Cerca de um terço dos CEOs em Portugal (28% vs 38% a nível global) consideram necessário reposicionar os seus negócios, para responder às necessidades das novas gerações. Questionados sobre como responder às expectativas dos millennials, cerca de metade dos CEOs revela que a sua organização tem realizado esforços para compreender em que medida as necessidades desta geração diferem das gerações anteriores (44% a nível nacional e 45% a nível global). 

A maioria dos CEOs indica estar preparada para liderar uma transformação organizacional radical (71% a nível global e 64% em Portugal). No entanto, entre os CEOs portugueses, um terço tem dúvidas quanto à capacidade da sua equipa de gestão coordenar a transformação digital exigida. 

Vitor Ribeirinho, Deputy Chairman da KPMG Portugal, refere: "O risco de disrupção e obsolescência é hoje incomparavelmente maior, independentemente da indústria." Por isso, os CEOs "estão a repensar as suas ofertas, canais de distribuição e modelos de negócio, tentando perceber como podem tirar partido da inovação tecnológica para transformar os seus negócios e aumentar a rentabilidade."

Poucos CEOs portugueses estão preparados para enfrentar um ciberataque

Para 49% dos inquiridos a nível global, ser vítima de um ciberataque é hoje uma inevitabilidade: uma questão de "se", e não de "quando". Os gestores portugueses estão mais optimistas e apenas 28% concorda com esta visão. Os CEOs de todo o mundo preocupam-se com a robustez das suas defesas, mas 51% acreditam estar bem preparados para um ciberataque. Em Portugal, os números são menos positivos: apenas 32% dos líderes se consideram preparados para um ataque com estas características.

Nasser Sattar, Head of Advisory da KPMG Portugal, revela que a cibersegurança ganhou importância nas agendas: "Independentemente do sector, assistimos a um crescente despertar para a importância do valor dos dados e as organizações estão a fazer da cibersegurança uma prioridade, investindo nos seus sistemas e aumentando a sua resiliência."

Apesar da relevância desta área específica, mais de metade dos CEOs a nível global (51%) consideram que o seu Conselho de Administração tem uma expectativa irracional do retorno do investimento em transformação digital. Portugal está em linha com esta visão global.

CEOs portugueses estão optimistas em relação aos impactos da Inteligência Artificial na criação de emprego e apostam em incubadoras de startups

Numa economia digital, em que as novas tecnologias estão constantemente a reformular sectores e modelos de negócio, a rapidez na inovação é um imperativo estratégico. Na amostra global, 59% dos CEOs referem que actuar com agilidade é a nova moeda dos negócios e que ser lento pode custar a sobrevivência. 64% dos CEOs portugueses inquiridos concordam com esta visão.

Para se tornarem mais ágeis e acelerarem no caminho da inovação digital, as organizações estão a construir redes (ou "ecossistemas") de inovação: 68% dos líderes inquiridos em Portugal pretendem criar programas de aceleração ou incubadoras para startups. Um valor acima da média global, de 53%. 

A Inteligência Artificial (IA) é outro dos temas na ordem do dia, quando se fala de inovação. Para a maioria dos CEOs, os avanços ao nível da IA terão implicações positivas ao nível do emprego: 62% acreditam que a IA criará mais empregos do que os que destruirá. Em Portugal, esta visão optimista é ainda mais acentuada (84%).

CEOs desempenham papel crítico na gestão do risco fiscal

A nível global, quando inquiridos sobre quem é o responsável pela supervisão dos riscos fiscais, 46% dos CEOs indicaram o CFO. Em Portugal, os CEOs chamam a si a responsabilidade e 40% considera que esta é uma competência sua. A correlação entre temas fiscais e riscos reputacionais recomenda que os líderes assumam um acompanhamento próximo neste domínio. Para Luís Magalhães, Head of Tax da KPMG Portugal, "os temas tecnológicos e de articulação da área fiscal com o negócio, não são apenas um tema do Chief Tax Officer. São temas de corporate governance e de board."

Global CEO Outlook

O Global CEO Outlook é um estudo global da KPMG. A edição global de 2018 contou com a participação de 1300 Chief Executive Officers de empresas baseadas em 11 economias: Austrália, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Holanda, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. Os CEOs auscultados operam em 11 sectores: gestão de activos, automóvel, banca, retalho, energia, infra-estruturas, seguros, ciências da vida, indústria, tecnologia e telecomunicações.

Para a edição portuguesa deste estudo foram auscultados 25 gestores que lideram empresas a operar nos sectores acima descritos. Adicionalmente, foram realizadas entrevistas aprofundadas com quatro CEOs de referência – António Rios Amorim, João Manso Neto, Miguel Maya e Paulo Macedo – cujos contributos ilustram as páginas deste trabalho.

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