Estudo da KPMG monitoriza investimento em Venture Capital
O ano de 2018 está a ser favorável para o capital de risco, com 49,3 mil milhões de dólares levantados ao longo do primeiro trimestre, através de 2661 operações, de acordo com o Venture Pulse Q1 2018, um relatório trimestral sobre tendências de capital de risco publicado pela KPMG.
No primeiro trimestre do ano registou-se um valor recorde de 29,4 mil milhões de dólares investidos no continente americano – 28,2 mil milhões só nos Estados Unidos – o que, combinado com o elevado investimento na Ásia, ajudou a fortalecer o mercado global de capital de risco.
Enquanto os volumes de capital de risco continuam a diminuir, a dimensão média das operações continuou a aumentar em todas as rondas de investimento, alcançando 1,3 milhões de dólares investidos em angel e seed stages; 7,7 milhões para projectos em early stage, e 15 milhões para projectos em fases mais avançadas.
"Este tipo de investimentos estão a privilegiar empresas em fases mais avançadas da sua evolução, em parte devido ao número de empresas "unicórnio" em que permaneceram privadas", declarou Nasser Sattar, Head of Advisory da KPMG Portugal. "Com as entradas em Bolsa de empresas como a Dropbox e Zsclarer e um aumento do número de registos de Ofertas Públicas Iniciais (IPO), este panorama pode mudar a médio-prazo, com a recuperação do investimento em fases mais iniciais."
Investimento global de capital de risco subiu de 46 mil milhões de dólares no quarto trimestre de 2017 para 49,3 mil milhões no primeiro trimestre de 2018, um aumento suportado por cinco mega-operações, com valores acima de mil milhões de dólares.
A indústria das plataformas eletrónicas de transporte de passageiros atraiu um investimento massivo de capital de risco, contabilizando quatro das cinco maiores operações, que incluem: 2,5 mil milhões de dólares conseguidos pela Grab, de Singapura; 1,7 mil milhões angariados pela norte-americana Lyft; 1,5 mil milhões atraídos pela GO-JEK, da Indonésia e 1,25 mil milhões conseguidos pela norte-americana Uber. O fabricante de carros eléctricos Faraday Future completa o Top 5, atraindo 1,5 mil milhões.
Os EUA registaram um recorde de investimento em capital de risco no primeiro trimestre de 2018, com 28,2 mil milhões de dólares investidos em 1693 operações. Para além de três mega-operações acima dos mil milhões de dólares, um conjunto de operações acima dos 100 milhões ajudou a elevar este tipo de investimento a um novo patamar. Para além dos transportes e autotech, a biotecnologia esteve em destaque nos EUA este trimestre, com os grandes investimentos na Moderna Therapeutics (500 milhões de dólares), Harmony Biosciences (295 milhões), e Viela Bio (282 milhões).
No continente americano, o Canadá alcançou o seu segundo melhor trimestre de investimento em capital de risco, com 800 milhões de dólares investidos em 72 operações, incluindo um aumento de 219 milhões na produtora de combustíveis alternativos Enerkem. O Brasil também registou um bom trimestre, com a Nubank a conseguir o estatuto de “unicórnio” após um investimento de 150 milhões.
A Europa registou 5,2 mil milhões de dólares em investimento de venture capital no primeiro trimestre de 2018. Porém, o número de operações na Europa continuou a diminuir acentuadamente, caindo para 548, menos de metade das operações registadas no mesmo período do ano passado.
A Alemanha registou o segundo melhor trimestre de investimento em capital de risco, perto dos 1,5 mil milhões de dólares, com forte contributo do investimento de 560 milhões no Grupo Auto1. França alcançou um novo máximo de 767 milhões de dólares de investimento e Espanha registou um trimestre forte, impulsionado pelo investimento de 160 milhões de dólares na Cabify.
A Ásia continua a registar grandes operações no primeiro trimestre de 2018, tais como as duas mega-operações de mais de mil milhões de dólares conseguidas pela empresa de Singapura Grab (2,5 mil milhões de Séries numa ronda G de financiamento) e a indonésia CO-JEK, a fechar um financiamento de 1,5 mil milhões numa ronda de série E. Apesar de o investimento em capital de risco na China ter caído acentuadamente de um trimestre para o outro, o país observou um número saudável de operações acima dos 100 milhões de dólares e um aumento no volume de operações. O mercado de capital de risco indiano teve um bom arranque no primeiro trimestre, registando uma forte recuperação do investimento. Os serviços de entregas de produtos alimentares foram a área de investimento mais popular este trimestre, com o “unicórnio” Zomato a captar 200 milhões de dólares e a BigBasket a conseguir mais 300 milhões.
Espera-se que a actividade global de capital de risco continue forte no segundo trimestre de 2018, com um foco crescente em inteligência artificial (AI), autotech e healthtech. Com mais entradas em bolsa esperadas para os próximos trimestres, é provável que se assista também a uma renovação da actividade de investimento em fases mais iniciais dos negócios.
"A inteligência artificial continuará a ser uma aposta para investidores, devido à sua vasta aplicabilidade em vários sectores e indústrias, como por exemplo no campo da saúde, onde tem o potencial de criar um modelo de prestação de cuidados de saúde totalmente novo" acrescentam os responsáveis da KPMG.
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