Instabilidade geopolítica, inflação crescente e a perspectiva de uma recessão global devem continuar impactando as prioridades dos comitês de auditoria em 2023. É o que indica a análise da rede ACI Institute e Board Leadership Center da KPMG.

O levantamento, que pode ser conferido na íntegra na publicação Comitê de Auditoria: prioridades para a agenda de 2023, aponta a necessidade de reavaliar as responsabilidades e o foco de comitês de auditoria, considerando demonstrações financeiras, compliance, riscos, controles internos e outras atividades.

Da volatilidade econômica global à guerra na Ucrânia, diversos eventos fazem com que o mundo vivencie hoje uma série de mudanças disruptivas nas cadeias de suprimentos e nos canais de venda. Tema que deve estar na pauta de discussão de comitês de auditoria.

Somam-se a essas questões os riscos de segurança cibernética – por exemplo, o aumento e a sofisticação de ataques de ransomware – e os riscos do ESG (ambientais, sociais e de governança); há, ainda, os riscos de capital humano, incluindo a escassez de talentos e a expertise do comitê de auditoria.

Nesse ambiente operacional volátil e incerto, as demandas dos órgãos reguladores, investidores e outros stakeholders por ações concretas, maior transparência e divulgações mais completas, principalmente nos aspectos de ESG, tendem a se intensificar.

Assim, a crescente complexidade e interconectividade dos riscos emergentes e seus efeitos sobre o dia a dia das empresas tornam ainda mais necessário o foco em processos holísticos de gerenciamento de riscos e o monitoramento de sua efetividade.

Com base em diálogos e pesquisas com membros de comitês de auditoria (COAUD), conselheiros de administração e outros líderes corporativos, a rede global do ACI Institute e do Board Leadership Center da KPMG destaca sete prioridades para 2023, analisadas de forma detalhada na publicação Comitê de Auditoria: prioridades para a agenda de  2023.

Estes temas devem ser levados em consideração à medida que o COAUD elabora e executa sua agenda para 2023:

  1. Manter o foco nas demonstrações financeiras e no respectivo ambiente de controles internos: o foco nas demonstrações financeiras e nas demais divulgações contábeis, impactadas pelo atual cenário geopolítico, macroeconômico e de riscos, será prioridade máxima para os comitês de auditoria em 2023.
  2. Estabelecer o papel do comitê de auditoria no monitoramento do gerenciamento dos riscos climáticos e relacionados ao ESG — com foco no escopo e na qualidade dos relatórios e das divulgações sobre ESG e sustentabilidade. O comitê de auditoria deve estar preparado e contar com as habilidades e competências adequadas para monitorar a qualidade das divulgações ao mercado (relatórios de sustentabilidade, relatório integrado e demais informações ESG), bem como o cumprimento às regras de divulgação que vêm sendo estabelecidas pelos órgãos reguladores, sobretudo as recentes Resoluções da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o tema.
  3. Reforçar a qualidade da auditoria das demonstrações financeiras e alinhar expectativas em relação à comunicação com o auditor independente: ao estabelecer as expectativas para 2023, os comitês de auditoria devem discutir com o auditor como a preparação das demonstrações financeiras, notas explicativas e riscos relacionados aos controles internos mudaram à luz do cenário geopolítico, macroeconômico e de risco.
  4. Assegurar que a auditoria interna esteja focada nos riscos corporativos mais significativos — além do seu trabalho tradicional e compliance — e seja um recurso valioso para o comitê de auditoria: os riscos ESG aos quais as empresas estão expostas evoluem rapidamente e incluem também a gestão do capital humano — desde questões de diversidade, equidade e inclusão (DE&I) até gestão de talentos, liderança, ética e cultura corporativa —, assim como mudanças climáticas, cibersegurança, governança e privacidade de dados.
  5. Atuar no aprimoramento do foco da empresa em ética, compliance e cultura corporativa: a construção de um programa de compliance efetivo é essencial para que organizações sejam bem-sucedidas em um ambiente de negócios complexo e em constante evolução.
  6. Manter-se informado sobre as transformações e os riscos associados ao cenário tributário global e local e considerar que as questões tributárias passam a ser elementos integrantes do ESG: as questões tributárias também vêm ganhando importância como elemento da agenda ESG, com stakeholders aumentando as pressões por divulgações mais transparentes e que considerem as contribuições tributárias como medidas de sustentabilidade.
  7. Avaliar atentamente a composição e os conjuntos de habilidades do comitê de auditoria: à medida que o papel e as responsabilidades do comitê de auditoria continuam expandindo e evoluindo para além das responsabilidades relacionadas às demonstrações financeiras e ao ambiente de controles internos, o comitê deve reavaliar se tem a composição e os conjuntos de habilidades adequados.

O papel e as responsabilidades do comitê de auditoria transcendem as responsabilidades relacionadas às demonstrações financeiras e ao ambiente de controles internos, trazendo novas prioridades para 2023.

  

  

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