ESG para líderes

Esta é a 4ª edição da nossa newsletter mensal sobre temas da agenda ESG.

A entrevistada deste número é a Giovana Araújo, sócia-líder de Agronegócio da KMPG no Brasil! Giovana tem 25 anos de trajetória profissional em atividades relacionadas ao setor. Já integrou o ranking dos melhores analistas de Agribusiness do Institutional Investor, no período de 2010 a 2015, ficando em 1º lugar na América Latina e no Brasil em 2013. A especialista ainda ministrou palestras em diversos eventos internacionais, como: Ethanol Summit, DATAGRO International Conference, NovaCana Ethanol Conference, F.O. Licht International Conference, Pecege.

Nós perguntamos a ela quais são os desafios do setor na transição para uma economia de baixo carbono, quais empresas serão mais impactadas com esse novo contexto e qual é a importância de ter uma governança corporativa com práticas ESG dentro do agronegócio.

Confira as respostas de Giovana e suas reflexões no nosso blog ESG para Lideres!

Nesta edição, você vai encontrar o nosso quiz sobre temas que sua empresa deve estar discutindo, exemplos inspiradores de como a agenda ESG está sendo implementada, nossas publicações, cursos e tendências.

Aproveite! E nos diga quais temas você gostaria de ver nas próximas edições.

Quiz ESG

O Governo Federal publicou recentemente no Diário Oficial (DOU) o Decreto Presidencial que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e cria ainda o Programa Nacional de Logística Reversa. O novo decreto tem o objetivo de modernizar e tornar mais eficiente a forma que o País lida com o lixo, exigindo dos setores público e privado transparência no gerenciamento de seus resíduos.

A iniciativa vai ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que têm o intuito de reduzir o impacto ambiental nas cidades até 2030, melhorando os índices de qualidade do ar, uso eficiente de recursos naturais, a gestão de recursos sólidos e a diminuição de poluentes. Esses tópicos constroem cada vez mais o caminho para a implementação do já globalmente aclamado modelo de economia circular: uma economia com resíduos zero.

O conceito de economia circular é simples: trata-se de um modelo econômico que imita a natureza e propõe nos tornar uma sociedade sem resíduos, que terminam em aterros.  Além de limpar o planeta, a economia circular pode gerar empregos e ainda nos ajudar a fazer a transição para um mundo com baixas emissões de carbono.

Porém, a aplicação desse modelo requer um redesenho dos produtos e das cadeias produtivas, uma vez que as empresas precisarão reestruturar suas operações, em parceria com outras organizações, dentro de um nova visão sobre como a economia pode funcionar. Mas este desafio parece motivar cada vez mais empresas de vários setores a se comprometerem com resíduos zero (Zero Waste).

Segundo o relatório do Fórum Econômico de Davos, já seria possível reduzir em 75% as emissões de CO2 e em 80% o consumo de recursos até 2030. No setor automotivo, por exemplo, já há reflexões sobre uma estratégia circular global. A Europa, desde 2015, pede que os veículos possam ser reciclados em 85% e espera revisar estas normas agora, em 2022.

Este tem sido um tema cada vez mais presente em todos os setores, desde a indústria de tecnologia até embalagens e materiais de construção.

Nossa pergunta:

Sua empresa já avaliou como a transição para uma economia circular e de baixas emissões impactará o seu modelo de negócios?

ESG na prática

No Brasil


O setor de seguros brasileiro está mudando para se adequar ao novo contexto de negócios, cheio de temas ESG. Por meio da consulta pública lançada pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), está aberta para discussão a proposta que apresenta requisitos de sustentabilidade a serem observados pelas seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais. O documento inclui ainda as ameaças climáticas, sociais, ambientais e de sustentabilidade ao grupo de gestão de riscos de seus regulados. O desafio do setor é grande, mas a regulação é o primeiro passo para enfrentar os desdobramentos da crise climática.

A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução inédita que introduz o bem-estar animal como preocupação política essencial no PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). A aprovação significa o comprometimento dos países em proteger os animais e seus habitats. Além disso, a proposta demanda a realização de um estudo sobre a conexão entre bem-estar animal, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Entre os motivos que contribuíram para o avanço da resolução, estão a redução da perda da biodiversidade e dos impactos das mudanças climáticas. No Brasil, 27 organizações enviaram uma carta ao Ministério do Meio Ambiente solicitando ao governo o apoio à resolução. Juntas, as entidades contam com mais de 1 milhão de membros e apoiadores no País.

Uma organização criada por um grupo de empresários brasileiros do setor de manejo florestal sustentável lançou criptoativos para financiar serviços ambientais e preservar a Amazônia. Ao comprar as moedas virtuais, que representam uma localização georreferenciada de terras na Amazônia, será possível acompanhar, em tempo real, todos os projetos de conservação e atividades economicamente sustentáveis. Segundo a entidade, a compra das moedas significa apoiar a preservação e o desenvolvimento de práticas sustentáveis, ajudando não só a desenvolver a região, mas também a criar empregos e melhorias econômicas para as comunidades locais e reduzir o avanço do desmatamento ilegal na floresta.


No Mundo


O Conselho da União Europeia adotou uma nova diretiva relacionada aos relatórios de sustentabilidade das empresas (corporate sustainability reporting directive – DSRC), marcando mais um passo decisivo no desenvolvimento de um quadro regulamentar europeu para o financiamento sustentável. Com isso, as empresas com mais de 250 funcionários, ou  listadas em bolsa, terão que traduzir a sua política ambiental, social e de governança em documentos de informação normatizados, justificados e certificados. Assim, acredita-se que essas mudanças aumentarão a responsabilidade das organizações, evitarão padrões nacionais divergentes e facilitarão a transição para uma economia sustentável.

O mundo está pronto para o compromisso de um tratado global para combate à poluição plástica. Quase 200 países e territórios concordaram em iniciar negociações internacionais sobre a elaboração de um acordo que poderia estabelecer regras para a produção, o uso e o descarte de plásticos. A decisão foi tomada em uma reunião da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, em Nairóbi (Quênia). Os defensores descrevem a medida como uma das ações ambientais mais ambiciosas do mundo desde o Protocolo de Montreal, de 1989. Os líderes mundiais têm até 2024 para concordar com o tratado de poluição plástica.

A cidade de Flins, na França, é berço da primeira fábrica de economia circular dedicada a veículos e mobilidade da Europa. A fábrica, que recebeu o nome “RE:Factory”, tem como objetivo prolongar a vida útil dos veículos e de seus componentes, mantendo os materiais em uso e reduzindo, assim, a utilização de materiais virgens. Para isso, algumas ideias foram consideradas, como a remanufatura de componentes de veículos, o aumento do conteúdo de plástico reciclado e a criação de uma segunda vida para baterias elétricas. O projeto conta com uma grande rede de aliados que apoiam a inovação da economia circular em todo o ciclo de vida dos veículos, além da principal ambição de criar soluções de mobilidade com saldo negativo de CO2, ao mesmo tempo que gera emprego para três mil pessoas.

O Prêmio Earthshot deu início ao segundo ano de busca pelas soluções ecológicas mais extraordinárias do mundo. Para isso, foi lançado o “Roteiro para a regeneração: As prioridades de seleção do Prêmio Earthshot 2022”, um guia que servirá de base para selecionar os participantes e os futuros vencedores do concurso. Para todos os investidores ESG, o objetivo do prêmio é dar uma nova perspectiva para a forma como os portfólios de investimentos são idealizados, servindo como um roteiro de soluções ecológicas que podem ser prioritárias para os  negócios.

KPMG - Impactando a agenda ESG

Para nossa rede


O ACI Institute Brasil e o Board Leadership Centerda KPMG publicaram o estudo “Top Emerging Risks 2022”, com perspectivas de diversos especialistas sobre os principais riscos emergentes para o cenário brasileiro nos próximos meses. Temas como gestão do capital humano e diversidade, ESG, cibersegurança e equilíbrio entre retorno para os acionistas e ativismo dos stakeholders figuram entre as questões apontadas. A atuação da alta administração para orientar as empresas frente aos riscos que devem emergir ainda esse ano também foi tema do relatório.

Em uma economia altamente globalizada, a antecipação e o gerenciamento dos riscos dos negócios se tornam cada vez mais necessários e complexos. Essa é uma das conclusões da “Pesquisa de Maturidade dos Planos de Continuidade de Negócios no Brasil”, realizada pela KPMG, que contou com a participação de executivos de diferentes setores e de diversas regiões do País. O material destaca a ausência de uma cultura de gestão de riscos e crises como a principal barreira enfrentada pelas organizações, uma vez que o plano de continuidade de negócios pode garantir a segurança e longevidade das operações.

A visão de futuro para as normas contábeis e a legislação tributária foi influenciada por recortes importantes do cenário atual e dos temas debatidos ao longo do ano passado. A publicação “Sinopse Contábil & Tributária 2021”, produzida pela KPMG, traz um resumo das principais regulamentações emitidas e as mudanças dessas áreas. O estudo destaca os pontos que mais impactarão as demonstrações financeiras, os desdobramentos da pandemia, as alterações nas regras do Imposto de Renda (IR), a reforma da taxa de juros de referência, o IFRS 17 para não seguradoras e as novas normas e alterações que entrarão em vigor nos próximos anos.


Nossas operações


Diante de disrupções provocadas pela pandemia, os membros de comitês de auditoria têm enfatizado o crescente desafio em suas atuações, devido ao acúmulo de responsabilidades, a importância da transparência para o mercado de capitais e o relacionamento com os clientes. Pensando nisso, o ACI Institute Brasil e o Board Leadership Centerda KPMG divulgaram a publicação “Comitê de Auditoria: Prioridades para agenda de 2022”,que inclui temas como qualidade das demonstrações financeiras e relacionamento com o auditor independente, aspectos ESG, compliance, cibersegurança, gerenciamento de riscos e melhor aproveitamento do tempo e da agenda de comitês de auditoria.

A pesquisa “Uma ameaça tripla nas Américas: KPMG 2022 Fraud Outlook analisa perspectivas sobre fraudes, ataques cibernéticos e questões de compliance no continente americano, apresentando a perspectiva para 2022 da KPMG sobre este tema. O estudo, realizado com mais de 600 executivos de vários setores, confirmou que a pandemia aumentou a gravidade e os efeitos desses fatores interconectados. A pesquisa mostrou ainda as diferenças dos mercados da América do Norte em relação à América Latina e como as empresas podem se proteger dessa tripla ameaça.

De acordo com os dados da 16ª edição do estudo “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, elaborado pelo ACI Institute e pelo Board Leadership Center Brasil da KPMG, as restrições decorrentes da pandemia da covid-19 impuseram mudanças que afetaram diversos setores nas empresas. Diante disso, a pesquisa mostra a evolução da governança corporativa nas empresas abertas brasileiras nos últimos 16 anos, e como novas regulamentações, segurança cibernética e mudança de comportamento dos clientes podem ser alguns dos fatores que impõem transformações nas organizações.

Avaliar a adoção das práticas de governança corporativa no agronegócio, especificamente entre os produtores rurais, é o propósito da pesquisa inédita “Governança no Agronegócio: Percepções, estruturas e aspectos ESG nos empreendimentos rurais brasileiros”, desenvolvida pela KPMG e pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). O estudo aponta que, apesar da geração de riqueza, emprego e renda no Brasil, contribuindo – e muito – para a economia nacional e global, a participação das empresas do segmento no mercado de capitais ainda é pequena. Pensando nisso, a publicação tem o intuito de mostrar como as iniciativas relacionadas à governança são importantes alavancas na jornada de crescimento sustentável.

A plataforma “KPMG Confirmation Portal”, por meio da digitalização e da tecnologia, substituiu o envio de cartas e papéis físicos no processo de auditoria, conhecido como “confirmações externas de saldos” ou “processo de circularização”. Esse processo contribui para a construção de um mundo mais sustentável, consciente e ecologicamente responsável, incentivando a redução do uso de materiais desnecessários. Além de possibilitar eficiência, economia e impactos positivos ao meio ambiente, a plataforma contribui significativamente com as metas de ESG das organizações, principalmente com a sustentabilidade.

Para saber mais sobre nossas ações alinhadas com nossas metas ESG, acesse o portal da KPMG IMPACT.

Conhecimento em pauta

O treinamento executivo em ESG, oferecido pela KPMG, é dedicado a preparar executivos e executivas que desejam compreender mais sobre os riscos ambientais, sociais e de governança, reforçando a importância de aplicar estes princípios nas organizações. Clique aqui e saiba mais!

Tendências

O Rio de Janeiro terá uma bolsa de valores para negociar créditos de carbono! A bolsa será destinada para a compra e venda de créditos de carbono e artigos ambientais, como energia, clima e florestas. O acordo foi protocolado em Nova York, pelo governador do estado Cláudio Castro, em conjunto com a Global Environmental Asset Plataform (GEAP) e a Nasdaq, bolsa de tecnologia dos Estados Unidos. Em nota, o governador afirma que há uma expectativa de que o potencial econômico ambiental do Rio alcance um estoque de CO2 de 73 milhões de toneladas, representando R$ 25 bilhões. De acordo com o governo fluminense, a previsão é de que a Bolsa de Ativos Ambientais esteja funcionando no segundo semestre de 2022.

O conflito entre Rússia e Ucrânia pode acelerar o processo de transição energética em direção à geração de energia com fontes renováveis. Neste momento de guerra e com a alta do petróleo, as energias eólica e solar tendem a ficar economicamente mais competitivas. A Comissão Europeia já se manifestou, alegando que os países europeus pretendem eliminar a dependência do gás russo e utilizar fontes de energia renovável no futuro, por meio de uma transição definida como “estratégia para a independência”. Por outro lado, especialistas acreditam que, mesmo com estímulos, a meta da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 (COP26) de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050 não será alcançada.

E por falar em acelerar, o Brasil também quer estimular o mercado de carbono. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o País está desenvolvendo critérios para registrar o carbono e exportá-lo. O órgão do governo pretende montar o mercado nacional de carbono em conjunto com a iniciativa privada, algo que já acontece em outros países de forma voluntária. Parte dessa iniciativa considera a transição para a economia verde, que priorizará energias renováveis, produção de baixa emissão e projetos específicos de redução de gases metano. A proposta deve contribuir com o pacto assinado pelo País, no qual se compromete a reduzir as emissões de gás metano em 30% até 2030.

No Chile, o presidente recém-eleito, Gabriel Boric, quer propor uma reforma tributária verde! Segundo o novo ministro da Fazenda, Mario Marcel, a iniciativa terá como base uma ampla reforma tributária focada em pessoas, recursos naturais e impostos verdes durante o primeiro semestre do ano. O ex-presidente do Banco Central terá, entre seus desafios, impulsionar a prometida modificação tributária, que buscará aumentar a arrecadação em cinco pontos do Produto Interno Bruto (PIB) em quatro anos. Marcel revelou, ainda, que a reforma é necessária uma vez que, com o ajuste do imposto corporativo em 2014, “já não há muito espaço para aumentar a carga fiscal das empresas sem que haja um efeito sobre a competitividade”.

Uma iniciativa global liderada pelos EUA e pelos Emirados Árabes Unidos para tornar a agricultura mais limpa em termos de emissões vai investir US$ 8 bilhões em startups de tecnologia agrícola, as agtechs. Além de dobrar o compromisso de financiamento, a Missão de Inovação Agrícola para o Clima (Agriculture Innovation Mission – AIM for Climate) anunciou que outros seis países (Chile, Costa Rica, Egito, Guiana, Moçambique e Turquia) aderiram à iniciativa, que já conta com 140 aliados governamentais e não governamentais, tornando-se o principal esforço global para tornar a agricultura mais sustentável. A iniciativa pública durará até 2025, e focará na redução de gases de efeito estufa das atividades do agronegócio.

Fórmula 1 lança desafio para sua descarbonização. Com um orçamento anual de cerca de US$ 2,6 bilhões, a Fórmula 1 estuda uma maneira de ser mais sustentável. Com motores híbridos de última geração, os carros emitem apenas 0,7% de carbono gerado nas provas. Já as viagens e todo o aparato logístico para que os circuitos aconteçam em todo o mundo produzem, juntos, cerca de 70% do carbono produzido pela categoria. Pensando nisso, os organizadores das provas planejam compensar essas emissões por meio de uma combinação de replantio de árvores e uso do know-how de engenharia no esporte, a fim de desenvolver novas tecnologias que possam capturar carbono da atmosfera. A meta é que a modalidade se torne neutra em carbono até 2030.

Se você perdeu a edição anterior da nossa newsletter, clique aqui.


Esperamos que a leitura tenha sido inspiradora.

Aguardamos suas sugestões de pauta!
esg-faleconosco@kpmg.com.br

Nelmara Arbex

Sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Sebastian Soares

Sócio-líder de Governança Corporativa da KPMG no Brasil

Moacyr Piacenti

Sócio-líder de Serviços de Asseguração da KPMG no Brasil

Luis Wolf Trzcina

Sócio-líder de ESG & Tax da KPMG no Brasil

Alan Riddell

Sócio-líder de Assessoria em Reestruturação Financeira da KPMG no Brasil

Eliete Martins

Sócia de Governança Corporativa e SOX da KPMG no Brasil

Marcio barreto

Sócio de ESG e Risk Advisory da KPMG no Brasil

Kin Honda

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Ser consciente transforma negócios.

#KPMGTransforma

Receba a newsletter de ESG no seu e-mail

Entre em contato conosco

conecte-se conosco

Meu perfil

Conteúdo exclusivo e personalizado para você