Danos reputacionais e gastos em reparação e recuperação. As fraudes são responsáveis por esses e por muitos outros impactos, que afetam empresas e a qualidade de vida de milhões de pessoas.

Apesar das consequências negativas, no setor de mercados industriais a grande maioria dos líderes (72%) afirma que as fraudes em suas empresas foram identificadas por meio de denúncias anônimas – demonstrando que ainda há receio em comunicar as ocorrências.

Essas são algumas das reflexões sobre o setor de mercados industriais da Pesquisa Perfil do Fraudador 2021, desenvolvida pela KPMG. No estudo, o retrato dos fraudadores foi analisado a partir de dados coletados no Brasil com 120 líderes de empresas de diversos setores, sendo 18% deles dos setores automotivo e indústria de manufatura.

Combate à fraude é prioridade

Mesmo considerando que o volume de fraudes ainda é alto, a pesquisa revelou que as empresas têm atuado para mitigar os seus efeitos. Entre os executivos entrevistados, quase todos (99%) contam com um canal de denúncias estruturado para identificação de fraudes em suas organizações.

No entanto, um dado é preocupante: 30% dos líderes afirmaram não possuir uma metodologia adequada para apuração dos casos. 

Manutenção e logística são mais suscetíveis às ações fraudulentas

Segundo o levantamento, as áreas de manutenção e logística registraram o maior índice de ação dos fraudadores. Esse fator pode ser explicado pelo grande volume de contratações de fornecedores e prestadores de serviços.

Uma das análises da pesquisa revela que a facilidade em realizar acordos com valores superfaturados ou sem comprovação dos trabalhos executados é uma vulnerabilidade. Identificada pelos fraudadores como uma grande oportunidade, essa prática é escolhida pois há poucas chances de ser comprovada.

O inimigo trabalha ao lado

Outro ponto relevante destacado pelo estudo é a sensação de segurança dos fraudadores. Quanto mais tempo o funcionário atua na empresa, mais conhecimento dos processos internos ele adquire.

Observa-se, porém, que há cada vez mais nas empresas a promoção de mecanismos de apuração e combate a desvios de conduta, com foco em boas práticas e metodologias adequadas.

O raio-x do fraudador

A publicação revelou ainda que é possível produzir um retrato dos fraudadores. Sua presença é mais comum em cargos de coordenação e gerência (60%) e entre aqueles que trabalhavam na organização de um a quatro anos na época da fraude (45%) ou há mais de seis anos (34%). A maioria (73%) têm idade média entre 26 e 45 anos.

O rastro das fraudes, contudo, está cada vez mais evidente. As organizações têm investido na apuração dos casos: 78% das empresas contam com até cinco profissionais dedicados exclusivamente ao combate do problema.

Ainda segundo o levantamento, 74% dos entrevistados disseram que há em suas empresas uma metodologia formal para investigar as fraudes. Como ferramenta de denúncia, a maioria dos respondentes (89%) mencionou a existência de um canal exclusivo para captação e gestão de fraudes.

Os setores responsáveis pela detecção dos crimes são, em grande parte (88%), os de compliance e auditoria.

Enfrentar a fraude é desafio permanente

Nos últimos anos, as empresas brasileiras realizaram investimentos relevantes em mecanismos de compliance focados no combate à corrupção e em outros desvios de conduta.

No entanto, as mudanças regulatórias constantes e as inovações nos modelos de negócios realçaram um novo alerta: há indícios de fraudes corporativas gradativamente mais elaboradas e mais desafiadoras para a sua identificação.

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