O ano passado foi marcante para a indústria de consumo e varejo globalmente, com uma forte recuperação da economia, diminuição das restrições sanitárias (devido à covid-19) e aumento da confiança do consumidor.

O volume total global de fusões e aquisições registrou crescimento recorde (6%). Foram 5.917 negócios realizados, no valor total de US$ 311 bilhões – números que representam o maior nível já alcançado pelo setor em 20 anos. Para 2022, as perspectivas são de manutenção desse cenário positivo.

Essas são algumas das conclusões do estudo Striding forward with confidence: Global Consumer & Retail 2022 M&A Outlook, desenvolvido pela KPMG. A publicação destaca as principais tendências e oportunidades do mercado de consumo e varejo em todo o mundo, com análises regionais e por segmento de mercado.

Consumo mais saudável, ético e eletrônico

Um dos destaques para esse desempenho foi o segmento de alimentos e bebidas, explicado pelo interesse crescente em saúde, bem-estar e alimentação saudável. Já na área de produtos de consumo, as fusões e aquisições aumentaram 5% em relação ao ano anterior, estimuladas pelo aumento dos gastos com animais de estimação.

Além disso, o e-commerce manteve sua ascensão: cresceu 22%, liderado pelo crescimento de 29% dos negócios envolvendo investidores financeiros. A tecnologia tem aberto diversas oportunidades para o setor de consumo e varejo, como os novos canais de venda direta ao consumidor.

A adoção de cadeias de suprimentos sustentáveis está no radar das iniciativas de ESG (Environmental, Social and Governance, ou ambiental, social e governança, em português). Os investidores estão cada vez mais atentos à aplicação de práticas éticas com a força de trabalho e aos riscos de entraves de abastecimento.

América do Sul: oportunidades mesmo em ambiente instável

Apesar da ótima performance do mercado sul-americano em 2021, a estimativa é que o cenário econômico deste ano não seja tão amigável. Os motivos para essa avaliação são alguns fatores macroeconômicos, como o aumento das taxas de juros e mercados de capitais mais fracos.

No entanto, a região deverá se beneficiar da interrupção da cadeia de suprimentos global – ocorrida durante os períodos de maior restrição da pandemia, já que investidores dos EUA e da Europa exploram fontes alternativas de abastecimento.

Brasil: crescimento histórico com barreiras pela frente

No Brasil, que detém a posição de maior mercado da América Latina, o volume de negócios aumentou 100% nos nove primeiros meses de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Mas assim como seus pares regionais, a economia brasileira deve apresentar certa instabilidade e desaceleração em 2022. Para sustentar o crescimento experimentado nos últimos dois anos, as empresas de consumo e varejo do País precisarão capturar as novas tendências de comportamento do consumidor e melhorar a gestão para enfrentar as incertezas do mercado.

Embora a incerteza sobre a covid-19 permaneça, os investimentos devem continuar em alta na indústria de consumo e varejo, mostrando uma alta capacidade de adaptação e transformação adquiridos durante a pandemia.

Mesmo com possíveis aumentos nas taxas de juros, forte inflação de custos e dificuldades com as cadeias de suprimento, as transações de fusões e aquisições no setor devem continuar ao longo de 2022 em um ritmo elevado, à medida que as empresas executam suas estratégias de adição de novos produtos e serviços e incrementam a escala em seus mercados de atuação.

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