O ativismo dos stakeholders por maior diversidade ganhou força nos últimos dois anos, aliado à pressão cada vez maior sobre as empresas pelo alinhamento entre lucro e propósito  e por mais transparência e responsabilidade em relação às questões ESG (Environmental, Social and Governance, ou ambiental, social e governança, em português).

Entre as variáveis que contribuíram para a formação de um cenário novo e complexo para as organizações, é possível mencionar, além do impacto provocado pela pandemia da covid-19, a inquietação social, as reinvindicações e a instabilidade econômica. A intensa digitalização, o trabalho remoto e as mudanças no perfil de consumo são outros fatores desse ambiente.

A publicação O perfil dos conselheiros de administração, conselheiros fiscais e membros de Comitês de Auditoria, elaborada pelo ACI Institute e Board Leadership Center da KPMG no Brasil, aborda algumas reflexões sobre o impacto dessas transformações nas estruturas de governança corporativa das empresas abertas no país ao traçar o retrato da composição da alta administração. 

Maior diversidade, especialização e diminuição da idade média na alta administração

Principalmente ao longo dos últimos dois anos, órgãos reguladores em diferentes mercados reforçaram o escrutínio e as demandas por mais diversidade entre lideranças corporativas. Os resultados dessa demanda crescente já podem ser notados.

A pressão do ativismo e as novas regulações devem impactar cada vez mais a composição de toda a alta administração das organizações dentro da estrutura de governança.

Entre os destaques do estudo, está o aumento no número de membros nos conselhos de administração, fiscal e comitê de auditoria, o que trouxe maior diversidade, especialização e diminuição na idade média. Vale ressaltar que esse crescimento da quantidade de membros é decorrente do aumento significativo dos IPOs em 2020 e 2021.

Participação feminina cresce nos conselhos e comitês

A porcentagem de mulheres na composição dos grupos é bastante similar: 14% nos conselhos de administração, 12% nos conselhos fiscais, e 14% nos comitês de auditoria.

Apesar da baixa participação feminina, é possível observar um crescimento contínuo no número de mulheres nesses órgãos. Nos conselhos de administração, o aumento de 2021 em relação a 2020 foi de dois pontos percentuais (participação de 14% e 11%, respectivamente), em 2013, elas representavam apenas 6%. Nos conselhos fiscais, o crescimento também foi de dois pontos percentuais com relação a 2020 (13% e 11%); e, nos comitês de auditoria, um ponto percentual (14% e 13%).

Conhecimento diversificado e especializado

Grande parte dos membros dos conselhos e comitês tem formação nas áreas de engenharia, administração, economia e direito. Apesar do perfil de graduação concentrado nessas áreas, muitos se aperfeiçoam por meio de cursos e treinamento, em temas como tecnologia da informação, ESG e LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), entre outros.

Adicionalmente, é cada vez mais comum a presença de especialistas em outras áreas de gradução nos comitês de assessoramento dos conselhos, ou ainda a sua participação como convidados técnicos. A integração desses profissionais aos grupos contribui para aumentar a diversidade dos posicionamentos e decisões da alta liderança.

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