Novas divulgações para indústrias

Novas divulgações para indústrias

Você está preparado para uma divulgação mais ampla?

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Marcio Rost

Sócio do Departamento de Práticas Profissionais

KPMG no Brasil

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ilustração de uma nuvem com uma lâmpada acesa dentro

Já estamos no ano de vigência das novas normas de receita e instrumentos financeiros, mas o processo de implementação dessas novas normas ainda não está encerrado. As primeiras divulgações anuais de acordo com as novas normas podem ser desafiadoras para muitas empresas. Você já pensou no tempo e esforço exigidos para preparar as informações necessárias? Nos casos de publicações para demonstrações intermediárias, o volume pode ser menor, mas também são requeridas algumas divulgações que estão demandando tempo.

Se ainda não começou, não deixe para a última hora. É necessário começar o quanto antes o planejamento para as divulgações de acordo com as novas normas de receita e de instrumentos financeiros. Mesmo que seus números não sejam afetados de forma relevante, suas divulgações com certeza serão afetadas.

Será muito importante para as empresas demonstrar qualidade nas informações apresentadas já no primeiro ano de adoção, pois isso gerará uma expectativa positiva para os usuários sobre a transparência de suas demonstrações financeiras.

Os requerimentos são mais detalhados do que nunca e podem exigir que você divulgue certas informações de sua organização em um formato novo - o que pode gerar desconforto. Dessa forma, é essencial conhecer esses requerimentos de cada norma e como eles podem te afetar.

Receitas – revelando mais informações

Embora a receita sempre tenha sido um indicador-chave de performance (KPI), até o momento, as empresas não eram demandadas a fornecerem informações detalhadas sobre o que está por trás dos números. Os novos requerimentos podem incluir informações sensíveis. Portanto, comece o quanto antes uma discussão séria com seu comitê de auditoria, o conselho fiscal e o conselho de administração – e é sempre recomendável levar exemplos de novas divulgações nessas discussões.

Certas divulgações agora requeridas não faziam parte do processo normal de preparação de suas notas explicativas – por exemplo, desagregar os seus fluxos de receita, vinculá-los à sua nota de informações por segmento, fornecer informaçõe sobre condições de pagamento, ser explícito sobre o momento e o valor de elementos variáveis que você espera receber de clientes, entre outras. Essas novas informações proporcionará aos leitores uma maior percepção de como você gerencia seus negócios.

Não menospreze esse trabalho adicional – é uma grande mudança em relação à antiga norma de receita, em que as entidades costumavam a fornecer apenas uma abertura do número em algumas linhas nas notas explicativas.

Deverão ser incluídas muitas informações qualitativas, incluindo julgamentos e estimativas envolvidas, particularmente em casos de contratos com elementos de variabilidade. Uma maior amarração com outras divulgações dentro e fora das demonstrações financeiras.

Nas demonstrações financeiras intermediárias, você precisará fornecer uma visão geral do impacto da nova norma e como isso afetará a receita daqui para frente. Considerando que o CPC 47 (IFRS 15) já está em vigor, os analistas vão questionar os profissionais de relacionamento com o mercado sobre os impactos de transiçãoe suas novas políticas contábeis.

O tempo remanescente antes da primeira divulgação de suas demonstrações anuais não é tão longo como parece – assim, é fortemente recomendado começar esse processo o quanto antes. Caso contrário, você poderá ter que lutar para conseguir as múltiplas aprovações para as novas divulgações a tempo.

Instrumentos financeiros dependem da relevância

Mesmo as empresas que não são instituições financeiras não devem esquecer do CPC 48 (IFRS 9). A tarefa pode não ser tão grande em comparação com o desafio imposto às instituições financeiras. Porém, as informações adicionais necessárias podem variar de acordo com a relevância dos diferentes requerimentos adicionais para o seu negócio. Por isso, é importante avaliar cuidadosamente esses novos requerimentos.

Para ter uma ideia, a nova norma tem exigências mais amplas de divulgação sobre o efeito dos riscos de crédito, tempestividade e incerteza dos fluxos de caixa futuros, bem como sobre o efeito de hedge accounting e estratégias relacionadas de gerenciamento de risco.

Arrendamentos: Cuidado com divulgações atuais

A nova norma de arrendamento entra em vigência apenas no próximo ano (em 2019). Mas isso não quer dizer que você deve deixar as divulgações sobre arrendamentos em segundo plano.

Os requerimentos de divulgação podem ser relativamente diretos em comparação com as outras novas normas de receita e instrumentos financeiros. O volume não deixa de ser alto, porém, de qualquer forma, você já precisará reunir a maior parte das informações para fazer a contabilidade de transição.

Cabe lembrar que já existem requerimentos de divulgação sobre compromissos de arrendamento. Não deve ser uma surpresa que a nota que você divulgará em 2018 sobre contratos em que sua empresa é arrendatária estará sujeita à uma análise minuciosa dos usuários, uma vez que ela cria uma expectativa do impacto na transição da nova norma. Entretanto, o que pode ter passado desapercebido até o momento por você é a existência requerimentos sobre reconciliação dos saldos de abertura dessa nota, de acordo com a norma anterior, com os saldos de obrigaçõesde acordo com a nova norma.

Sua nota explicativa de compromissos de arrendamentos operacionais pode ser uma das últimas apresentados em suas demonstrações, mas isso não significa que pode ser deixado por último na sua preparação. Comece a trabalhar já para você não se arrepender depois.

Obtenção de dados confiáveis

Haverá um desafio por trás dessas três normas, considerando que alguns dos dados necessários podem não estar nos razões contábeis. Você poderá precisar desenvolver formas de obter e manter esses dados que hoje não são capturados em sua estrutura atual sistêmica e de controles. As divulgações não serão simplesmente trazidas de um exercício para o outro. Elas irão mudar a cada ano e você vai precisar ser capaz de acessar estas informações atualizadas a cada momento.

Muito além dos números

Lembre-se de que as divulgações não são apenas sobre números. Haverá muitas narrativas e descrições. Então, obter concordância de todos sobre uma redação clara e concisa será muito importante. Descrições genéricas não serão úteis aos leitores, e podem trazer confusões de entendimento. Assim, pense com cuidado na linguagem a ser utilizada em suas divulgações.

Por onde começar?

Você pode começar dando uma olhada em nossos guias rápidos para as IFRS 9, IFRS 15 e IFRS 16.

E para obter mais informações sobre todos os aspectos do CPC 48 (IFRS9), do CPC 47 (IFRS 15) e do CPC 06 (R2) (IFRS 16), visite nossas páginas nainternet sobre Instrumentos Financeiros, Reconhecimento de Receitas, Arrendamentos, ou fale com o seu contato da KPMG.

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